terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Herança ROM na formação brasileira



Muito se fala historicamente sobre Índios e Africanos; os primeiros: nativos de nossa terra, e os segundos: povo de várias etnias africanas que vieram para o Brasil como escravos servir de mão de obra para os europeus. Portanto, etnicamente somos uma mistura de 3 raças por assim dizer: indígena, africanos e europeu. As que foram massacradas e subjugadas pelo poderio europeu, hoje são exaltadas pelo povo brasileiro, principalmente o indígena. Os negros ainda tiveram que enfrentar e ainda enfrentam grandes preconceitos e discriminação, mesmo após séculos passados com o final do período escravocrata no Brasil. Mas não podemos dizer que atualmente a situação se mantem ou é pior que a 50, 30 anos atrás. De décadas e anos para cá, foi-se criando uma consciência humanitária não somente em nosso país, como em todo o mundo. Várias leis e penalidades que protegem povos e grupos sócio-cultural foram criadas para proteger e garantir seus direitos constitucionais e humanitários. Inclusive são louvados, exaltados e cultuados como antepassados do povo brasileiro em várias manifestações religiosas espalhada pelo Brasil. Nada mais justo tal reconhecimento.
Porém os direitos dos Ciganos e movimentos mais visíveis para a reparação de anos e séculos de preconceitos, perseguições e discriminação foram acontecer a bem pouco tempo atrás e ainda há muito a se galgar. É certo que não temos como comparar em termos de números de indivíduos, entre estes dois grupos étnicos. Os africanos e povos indígenas formam sua maioria, sendo os ciganos, uma minoria. Porém existe a diferença entre minoria e inexistência ou insignificância. O que é visto para grande parte dos Brasileiros é o desconhecimento completo que a etnia ROM fazia parte dos grupos de Europeus que vieram para o Brasil nos períodos históricos da formação étnico-cultural de nossa gente.

Muitas religiões e cultos de caráter afro-ameríndios (cultos que em seus alicerces tem bases africanas e indígenas), ou melhor, muitos adeptos de tais religiões, promovem segregações de espíritos Ciganos, por imaginar que não fazem parte quem sabe, da estrutura base espiritual de sua fé que é africana, indígena e influencias européias pelas mãos de nossos colonizadores. Mas fato que nossas bases étnicas também há a etnia ROM, pois muitos vieram para cá, deportados de Portugal e Espanha. Podemos levar em conta que neste caso, este grupo faz e está incluso na porcentagem da influencia européia; Portuguesa em sua maioria. Porém devemos destacar que os ROM, para se adaptar e poder viver em terras estrangeiras, se adaptava e absorvia muito da língua, costumes religiosos e sociais, e o modo de vida, sem perder a sua identidade, suas crenças, costumes, e sabedoria. Sendo assim, mesmo com a assimilação de outra cultura, estes não perdem a sua própria, permanecendo um povo com identidade e raízes próprias e distintas das demais, mesmo que estivessem vivendo num meio alheio a tal identidade racial, social e cultural. E por essa característica, podemos entender que foi preservado a herança e alma desse povo no processo de miscigenação na formação dos brasileiros. Em menor número? Claro, mas não inexistente ou insignificante contribuição. Pois toda forma de cultura de um povo é expressão de sua sabedoria acumulada de consciências anterior a atual. E isso jamais deve ser desprezada e vista como inferior em detrimento a outra cultura. Até porque, não esqueçamos a importância do sangue repassado pelos novos progenitores, falado em texto anterior. Podemos não saber exatamente de qual raça é todos os nossos antepassados familiares, mas nosso sangue não esquece jamais. Trazemos em nosso código genético todas as informações de todas as raças as quais somos descendentes e com certeza, em alguns brasileiros pelo menos, há a presença ROM em seu gene.     
E porque não valorizar essa herança, assim como valorizamos a dos índios e africanos ?
        

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